quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Roubo no tempo para aposentadoria e no valor do benefício vai ser ampliado

O governo FHC criou o perverso mecanismo para dificultar as aposentadorias dos trabalhadores, chamado fator previdenciário. Por causa dele, levou pancadas do PT à direita, à esquerda e no centro. Uma vez no poder, o governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva manteve a excrescência neoliberal, da mesma forma como fez uso de outras maldades herdadas dos tucanos. O fato previdenciário é um roubo contra os direitos de aposentadoria dos trabalhadores que, agora, vão ter que trabalhar ainda mais para se aposentar. A nova projeção com maior expectativa de vida da população, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai alterar o fator previdenciário, a partir de hoje. 
AUMENTA A EXPECTATIVA DE VIDA
Segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer subiu de 72,9 para 73,2 anos de idade, de 2008 para 2009. Por isso, um segurado do INSS que se aposente aos 60 anos de idade passou a ter uma sobrevida estimada de 21,3 anos em 2009, contra 21,2 anos em 2008 e 21,1 anos em 2007. Pela nova tábua, considerando-se a mesma idade e tempo de contribuição, um segurado com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição, que pedir a aposentadoria a partir desta quarta-feira, terá que contribuir por mais 41 dias corridos para manter o mesmo valor de benefício, se tivesse feito o requerimento ontem. 
Para estimar o quanto será o benefício ao se aposentar, o segurado deve considerar o seu fator previdenciário, conforme a tabela do INSS, emultiplicar pela média dos 80% maiores salários de contribuição (referentes ao valor descontado na folha de pagamento).
Por exemplo, um segurado de 60 anos de idade e 38 de contribuição terá um fator previdenciário de 0,955. Se a média dos melhores salários de contribuição chegar a R$ 2.000, esse segurado poderá se aposentar com benefício de R$ 1.910 (R$ 2.000 x 0,955).
Neste caso, para que o benefício não sofresse achatamento, o segurado teria de se aposentar aos 61 anos de idade, com 39 anos de contribuição, o que lhe daria um fator previdenciário de 1,026 e uma aposentadoria de R$ 2.052 (R$ 2.000 x 1,026).
Em outro exemplo, um homem que se aposenta com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição terá um fator previdenciário de 0,723. Considerando os mesmos R$ 2.000 da média de salários de contribuição, esse segurado teria um benefício de R$ 1.446.
Se ele tivesse 60 anos de idade e os mesmos 35 anos de contribuição, seu fator previdenciário seria de 0,874, o que elevaria seu benefício a R$ 1.748.
No caso de uma mulher de 48 anos com 30 anos de contribuição, o fator será de 0,565. Se ela tiver os mesmos R$ 2.000, seu benefício cairá para R$ 1.130. Se essa segurada tivesse mais oito anos de idade e contribuição, seu fator sobe para 0,879 e seu benefício para R$ 1.758.
PERDAS NA APOSENTADORIA
Portanto, para ter uma aposentadoria com fator mais elevado o trabalhador tem que trabalhar mais, ou seja, vai contribuir mais para o INSS sem receber nenhum benefício. Na prática, o fator previdenciário obriga às pessoas que querem se aposentar com o valor real da sua aposentaria a contribuir por mais tempo, ou seja, a continuar trabalhando, dependendo da sua idade. Caso contrário, terá perdas de 30% em média na aposentadoria, se for homem, e de até 43% se for mulher. 
Quer dizer que após pagar 30 ou 35 anos seguidos para o INSS, você poderá receber uma aposentadoria que será apenas a METADE do valor que você teria direito. UM ROUBO. O Congresso chegou a aprovar o fim do fator previdenciário, mas o presidente Lula manteve a trapaça neoliberal de FHC. O PT não cumpriu o acordo que havia feito com os trabalhadores de acabar com o fator previdenciário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário