sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Papa nomeia cardeal o arcebispo que pregou voto contra Dilma no primeiro turno

Para enfrentar a "batalha" do aborto, o Papa Bento XVI organiza o seu exército. A nomeação do  arcebispo de Aparecida, o mineiro Dom Raymundo Damasceno Assis (foto), é um reforço considerável para as tropas conservadoras do Vaticano e o alistamento de um fiel soldado que já afirmou: "faz tudo o que a Sua Santidade mandar". Ele, no primeiro turno, fez campanha contra Dilma Roussef, pedindo aos eleitores para não se deixarem influenciar pelas pesquisas e pelo clima de "já ganhou".  Teve efeitos, como se viu.  Depois do Ciro Gomes dizer que as polêmicas sobre o aborto eram "calhordice" e "mistificações", ele correu para Roma para contar tudo a Bento XVI e saiu de lá nomeado cardeal. D. Damasceno defende a inserção da igreja na política, mas a favor do que há mais atrasado, reacionário e conservador e em frontal oposição à chamada igreja progressista. Sua prática e idéias fazem lembrar os movimentos da Igreja Católica que culminaram com a derrubada do presidente João Goulart e que deram apoio e sustentação à Ditadura Militar. Aliás, em 1970, nos anos de chumbo do regime militar, Dom Damasceno, que era padre na época, coordenou a Comissão de Pastoral e Liturgia do VIII Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Brasília, no qual um dos mais assíduos frequentadores foi o General Garrastazu Medici, o terceiro ditador a assumir a presidência da República após o golpe de 64. A preocupação do Vaticano é com uma possível aprovação do aborto no Brasil, o que poderia desencadear reação semelhante nos demais países. D. Raimundo, possivelmente, deverá influenciar Bento XVI para não receber Dilma Roussef em audiência, após as eleições. 

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