Enquanto censura padres e religiosos que atuam contra a miséria social, que denunciam as mazelas da sociedade capitalista e a conivência dos governos com a fome, a pobreza e a injustiça social, o Papa Bento XVI dá mais uma volta ao passado e ao obscurantismo, ao cobrar dos bispos brasileiros ações sobre o aborto. Até então, o Vaticano não havia se pronunciado sobre tema, em referência ao Brasil, e só agora, às vésperas da eleição, faz a manifestação, mesmo sabendo que esse assunto desviou os debates eleitorais, justamente pela intervenção dos setores mais reacionários e conservadores das igrejas. Os católicos gostariam, também, que Bento XVI tivesse mais energia para cuidar dos casos de pedofilia que envolvem cléricos católicos em todo mundo; que fosse mais corajoso para desmontar a rede de corrupção do Banco do Vaticano ou, ainda, que fosse capaz de dar o mesmo apoio aos religiosos católicos que lutam lado a lado dos movimentos sociais e populares por um outro mundo melhor, mais justo e mais fraterno.
Será que é preciso relembrar:
"A igreja católica torturou e matou milhares de inocentes durante a inquisição.
Afirmou que os índios brasileiros não tinham alma.
Abençoou a escravidão negra, pois, negros africanos também não teriam almas.
Apoiou o nazismo e deu força a todas as ditaduras militares na América Latina.
Encobre e protege os padres pedófilos, que literalmente comem criançinhas.
Afirma que os gays e lésbicas são seres indignos, diabólicos e que vão queimar eternamente no inferno.
O seu principal banco e os cardeais que o dirigem estão envolvidos em tenebrosas transações que fazem corar de vergonha até a máfia siciliana.
E por incrível que pareça, essa seita inenarrávelmente retrógrada e cruel ainda hoje é contra a camisinha."
Portanto, que o Papa cuide dos seus; da política brasileira cuidamos nós!
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