domingo, 7 de novembro de 2010

O choque e o cheque: governador tucano quer plenos poderes para aplicar choque de gestão

Choque de gestão impõe mordaça
O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, quer carta branca da Assembléia Legislativa para fazer o que é a sua especialidade: choque de gestão. O nobre governador mineiro é da velha escola de Claudia Costin, com algumas pitadas de Bresser Pereira, uma fiel e servil obediência a modelos de gestão voltados para os negócios. O Estado Empresarial de Aécio Neves foi construído em seus liames burocráticos sob a batuta administrativa de Antônio Anastacia e sua tropa de choque, que mantém princípios e idéias da reformas administrativas e previdenciária do Governo FHC. São fascinados por   um Choque de Gestão. E   nada mais neoliberal do que o choque de gestão dos tucanos; o Estado se ajusta aos absolutos interesses do mercado. 
O estado empresarial do Governador Anastasia segue o mesmo padrão do que foi feito nos últimos oito anos. Um estado reduzido, uma imensa despesa de publicidade, mais impacto midiático do que resultado prático efetivo, interesse meramente protocolar às demandas sociais, privatização dos serviços públicos através de terceirizações, parcerias e organizações sociais de direito privado, além do conluio direto da administração pública com as grandes empresas a quem se destinam, em primeiro lugar, as políticas de estado. O modelo Aécio/Anastasia se completa com a interdição do contraditório, é preciso a adesão de todos ao cheque em branco que o governador pede para fazer reformas. Um cheque que sairá muito caro para os contribuintes e para os serviços públicos. 
Por isso o silêncio da imprensa - regada à pão de ló nas verbas publicitárias do governo estadual; a exclusão do movimento sindical e da sociedade dos debates sobre o impacto das reformas; a tentativa de cooptação dos deputados estaduais com o cheque em branco da "delegação de poderes".
Ao final, o Choque de Gestão é uma brutal sonegação de postos de trabalho nos serviços públicos, transferidos aos interesses da gestão privada e submetidos aos limites das margens de mercado. O seja, é excludente para quem necessita, e concentrador para o reduzido grupo de burocratas, políticos, empresários, profissionais neoliberais, negociantes, servos e lacaios que se aproveitam. A delegação de poderes ao governador é, no limite, uma imoralidade constitucional. Os deputados estaduais abdicam da prerrogativa para a qual foram eleitos e transferem ao chefe do Executivo poderes ilimitados para alterar a estrutura administrativa do Estado. Ilegal e imoral. 

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